domingo, 9 de agosto de 2015

Em evento na OAB, presidente da Asconpa sai em defesa dos concursados do IASEP

Causou furor entre os presentes - durante debate na tarde de ontem, na sede da OAB-Pará sobre a situação do Iasep/Pas, o plano de saúde dos servidores do Estado – a intervenção feita pelo presidente da Associação dos Concursados do Pará (Asconpa), José Emílio Almeida (foto). O debate havia sido provocado pelo Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Pará (Sindpol), presidido por Pablo Farah. Na mesa estavam o presidente da Ordem, Jarbas Vasconcelos, Ivanilda Pontes, também da OAB, além da vice-presidente do Iasep, Ana Luiza Salgado e do procurador Jurídico do órgão, Olavo Câmara.
Os dois dirigentes do Iasep haviam acabado de falar – em resumo, afirmaram que estava tudo bem no órgão - e a direção da mesa passou o microfone para José Emílio, que em nome da Asconpa mirou o foco nos problemas enfrentados pelos trabalhadores do próprio Iasep, que há anos reivindicam melhores condições salariais, pagamento de insalubridade e um novo concurso público com oferta de pelo menos 150 vagas.
Entre os pontos destacados pelo líder da Asconpa estão a falta de efetivo para atender a grande demanda de serviços - “apesar da existência de dezenas de pessoas que trabalham sob o regime de contrato temporário, além de terceirizados e comissionados”. O último concurso público realizado, lembrou ele, ocorreu em 2010, ofertando minguadas 139 vagas.
“No Iasep, o plano de cargos e salários está pronto, mas o governador do Estado se recusa a aprová-lo. A maioria dos servidores do órgão recebe salário mínimo e há seis anos o vale refeição não é reajustado”, afirmou José Emílio, denunciando que os servidores atendem segurados acometidos de doenças contagiosas, como a tuberculose, sem receber insalubridade.
Ele apontou que, no prédio do Iasep da avenida Gentil Bittencourt, estão os maiores problemas, mas existem problemas também na sede localizada na travessa D. Romualdo de Seixas e nas agências do interior. E, sobre os discursos de Ana Luiza Salgado e Olavo Câmara, o presidente da Asconpa foi incisivo ao declarar que, como servidor público estadual, associado ao Iasep, “queria me associar ao Iasep do discurso deles, pois é perfeito, diferente do meu, que tem muitos problemas no atendimento ao associado e aos convênios”.
José Emílio, numa estocada aos discursos de Salgado e Câmara, afirmou que os dois dirigentes, ao falarem do Iasep, lembram a figura de um “cachorro tentando morder o próprio rabo”. E denunciou que há médicos do Instituto que fazem cobrança “por fora” aos pacientes que vão se submeter a alguma cirurgia.
Nesse momento, o diretor jurídico Olavo Câmara pediu que José Emílio desse o nome do médico, observando que o sindicalista deveria denunciá-lo antes da cirurgia. A resposta provocou risadas entre outros integrantes da mesa de debates e a plateia. José Emílio disparou: “ ninguém com juízo normal denunciaria alguém que vai anestesiá-lo e depois cortá-lo numa mesa de cirurgia”. Em seguida, emendou que esse é um problema que a direção do Iasep deve averiguar.
Por fim, enfatizou que os problemas do Iasep são de responsabilidade do governo do Estado, que não tem o menor interesse em ter um plano de saúde de qualidade para oferecer ao servidor público.
Pablo Farah, por sua vez, criticou a redução dos serviços do Iasep no interior do Estado, informando que famílias precisam se deslocar de Marabá, Altamira e Itaituba, dentre outros municípios, para receber atendimento médico em longas filas de espera nas unidades de Belém. Ele também denunciou que o Iasep está descredenciando muitas clínicas, hospitais e médicos que reclamam no atraso dos pagamentos pelo Estado dos serviços prestados.
“Estão pagando as clínicas e hospitais até com oito meses de atraso”, disse Pablo Farah, informando que os descontos no salário dos servidores variam de R$ 50 a R$ 500 por mês, conforme a remuneração de cada um.
Os números do Iasep impressionam: 253.765 associados e 608 empresas credenciadas em todo o Pará. Em torno de 2 mil servidores atuam em cada unidade, na capital e interior. Em maio passado, diretores do Iasep estiveram em Goiânia (GO) para conhecer o modelo de gestão do órgão similar.
Eles voltaram impressionados a Belém, dizendo que o instituto goiano tem “um elevado grau de satisfação de usuários e um número pequeno de reclamações, entre os estados que mantêm uma estrutura de assistência à saúde dos servidores públicos”.
Que inveja !

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